terça-feira, 29 de julho de 2014

Preços Abusivos em RPG: O Pessoal Anda Viajando na Maionese

Como disse um tempo atrás, no "Sobre a Venda de RPGs" o pessoal anda meio doido nos preços pedidos e pagos por livros.

Ok, eu sou um dos culpados, já que já comprei coisas por preços superfaturados, mas, em minha defesa, nada do que eu compro eu deixo de ler e, se possível, botar para o pessoal jogar (exceto Corporação Demos, que comprei por curiosidade, mesmo, mas não descarto mestrar um dia).



Antes de tudo, quem puder, assista o vídeo abaixo "As Marcas te Manipulam":

Um bom resumo de algumas das estratégias de mercado, o principal aqui é o termo "Referencial".
Quando você começa a subir preços, o que era considerado "caro" meses, ou mesmo semanas antes, passa a ser aceitável.

Você vê um livro X, por exemplo, Castelo Falkeinstein, por tipo uns 60 contos. bom preço, e justo.
Aí o cara chega e fala "Só 60?? Cara, pagava 100 contos fácil!" e as pessoas que estavam achando 60 caro passam a achar 60 barato (não conheço ninguém que faça isso de propósito, mas não duvido que existam).
E então alguém compra e revende por 110. E 110 passa a ser o preço, mesmo que outros estejam vendendo a 50 ou 60, ainda.

Aliás, quem vende a 60, ao saber de um preço tipo 110, passa a pedir 110 e não mais 60, mesmo que ninguém esteja (ainda) pagando isso.

E os preços vão subindo de forma acirrada.

Isso é um problema. Primeiro, os livros passam a ser comprados não mais pelo valor intrínseco, ou seja, a possibilidade de bons jogos ou, no mínimo, pela boa leitura que proporciona, mas como objetos de "arte" que nem sempre valem o que se pede.

Com isso, os livros circulam menos, o cara fica com mais medo de levar um livro caro em um encontro ou mesa com amigos (afinal, pensa ele com razão, algo ão caro é difícil de ser reposto), e as pessoas conhecem menos jogos,, o que é ruim para  o meio RPGistico como um todo.

Ok, vão dizer, "mas gente ganhando dinheiro com RPG é bom!". E não, não é, depende de como e com qual objetivo se ganha dinheiro. Nada contra o pessoal ganhar a vida, mas uma coisa é preço justo, outra é especulação.

O típico exemplo  são os "leilões". É possível se fazer um bom dinheiro se leiloando um livro. O problema e que um livro que começa com um preço razoável, acaba virando um elefante branco a um preço absolutamente impagável. E em geral, me desculpem a franqueza, com compradores que tem mais dinheiro que conhecimento sobre o que estão adquirindo de fato. Já vi gente pagando CARO por um livro e arrependida depois. Aliás, já vi várias pessoas fazendo isso.

Eu compro RPGs. Não os vendo. Quando muito, dou algum a um amigo (e não, não quero ficar amigo de ninguém, antes que venham com piadinha, hehehe). Mas é caso raro.

Minha sugestão para segurar o impulso antes de comprar algo é o seguinte (e vale para qualquer compra em shopping e afins):

ANTES de ver o preço de algo, pense com seus botões 
quanto VOCÊ acha que algo vale, no máximo.

Tipo "Cyberpunk 2020, quanto vale?"

Eu, que sou fã, creio que 60 reais é um bom preço. É um RPG muito bacana, mas está defasado em termos de tecnologia e regras, e existem boas opções cyber hoje em dia. Se for só para conhecer, sugiro buscar um pdf em inglês ou castelhano, mas se for realmente para ler, coisa pouco provável em muitos casos.

E quando digo que sou fã, sendo bem claro, é porque sou REALMENTE fã. Sou o blogueiro que mais escreve sobre o sistema, tenho todos os livros possíveis, conheço o sistema com a palma da minha mão (incluindo os bugs de sistema e ambientação) e sou capaz de adaptar qualquer sistema, implante, arma, veículo ou programa em poucos minutos (coisa que muitos são capazes com D&D, gurps etc, nada demais).

Quando vejo um Cyber 2020 sendo vendido a 150 reais, 200 reais fico pasmo. NÃO VALE isso tudo nem para mim.

Então, confiem em mim, está saindo caro se for muito além das 60 Dilmas. Não posso falar de nenhum outro com certeza, mas imagino que seja por aí.

Então: Viu um livro sendo vendido? Gostou?
Não veja  o preço ainda.
Primeiro, pense "Quanto essa bodega vale?" 

Chute um preço honesto a si mesmo. 40? 60? 80?
Considere a raridade do livro, a sua utilidade prática (por exemplo, você vai mestrar isso de coração um dia ou vai ficar enfeitando a estante?) . E se existem versões em PDF vendidas a preços módicos, que com uma impressão bacana, somando tudo, não saia mais barato (não estou estimulando a pirataria aqui, veja bem, falo de pdfs comprados, mesmo).

Se o preço estipulado por você for MAIOR que o pedido pelo vendedor (ou seja, está barato) beleza, repense se realmente quer comprar (não compre por impulso, se de um ou dois dias para pensar) e aí faça a oferta. em casos extremos, avise o vendedor que está interessado e peça algumas horas ou um dia para dar ou não "ok". E aproveite para pesquisar o preço em um mercado livre da vida. Algumas vezes o link pode ser usado, inclusive, para dizer ao vendedor "olha, tá pedindo caro, tem em tal lugar uma oferta por tanto".

Se o preço que pensou for MENOR, exceto se for por uma pequenina diferença (digamos, uns 10% de diferença, afinal existe inflação e coisa e tal)... não compre. E avise "não vou comprar porque achei caro". Educadamente. Mas  o vendedor precisa saber quando ele está viajando nos preços e possíveis compradores, idem.

Repita a operação para tudo, sempre que puder. De vídeo-games a camisetas, aliás.

E repita o mantra:
Diga não à especulação!"
Diga não à especulação!"
Diga não à especulação!"
(Sim, é a mesma imagem do "Calma é só RPG" reciclada. Economia é tudo, hehehe)
Se continuar pagando a fortuna que alguns compradores pedem, os preços vão continuar super-faturados. E isso não é bom para o seu bolso e para  o Hobby em si.

Só se lembre do seguinte: Não é o vendedor que é sacana por pedir muito, é você que está se fazendo de bobo por pagar o que ele pede sem questionar. Se você não cuidar do seu bolso, ninguém vai cuidar. Pense nisso.

(Agradeço ao Rooney pela sugestão da matéria)

Brega Presley

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